sexta-feira, 5 de setembro de 2008

SETEMBRO/ 2009 - CURITIBA


A foto ao lado é da capa do livro Espelho das Cidades, por Henry-Pierre Jeudy, Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2005, 158 p.

O autor Henry-Pierre trata de processos distintos, que podem ser chamados de patrimonialização e estetização urbanas, mas que fazem parte de um mesmo processo contemporâneo e mais vasto que chamo de espetacularização das cidades. Este processo, por sua vez, é indissociável das novas estratégias de marketing, ou mesmo do que podemos chamar hoje de branding urbano, ditas de revitalização, que buscam construir uma nova imagem para as cidades contemporâneas que lhe garantam um lugar na nova geopolítica das redes internacionais. Na lógica contemporânea de consumo cultural, a cultura passou a ser concebida como uma simples imagem de marca ou grife de entretenimento, a ser consumida rapidamente. Com relação às cidades, o que ocorre não é muito diferente: a competição, principalmente por turistas e investimentos estrangeiros, é acirrada e os políticos se empenham para melhor vender a imagem de marca de suas cidades.

Nas políticas e nos projetos urbanos contemporâneos, principalmente dentro da lógica do planejamento estratégico, existe uma clara intenção de se produzir uma imagem singular de cidade. Essa imagem, de marca, seria fruto de uma cultura própria, da dita “identidade” da cidade. Paradoxalmente, essas imagens de marca de cidades distintas, com culturas distintas, se parecem cada vez mais. Essa contradição pode ser explicada: cada vez mais as cidades precisam seguir um modelo internacional extremamente homogeneizador, imposto pelos financiadores multinacionais dos grandes projetos urbanos. Este modelo visa basicamente o turista internacional – e não o habitante local – e exige um certo padrão mundial, um espaço urbano tipo, padronizado. O modelo de gestão patrimonial mundial, por exemplo, segue a mesma lógica de homogeneização: ao preservar áreas históricas, de forte importância cultural local, utiliza normas de intervenção internacionais que não são pensadas nem adaptadas de acordo com as singularidades locais. Assim, esse modelo acaba tornando todas essas áreas – em diferentes países, de culturas das mais diversas – cada vez mais semelhantes entre si. Seria um processo de museificação urbana em escala global: e os turistas acabam visitando as cidades do mundo todo como se visitassem um único museu.

(Trecho retirado do texto Do especular ao espetacular, resenha de paola berenstein jacques)


E CURITIBA É UM EXEMPLO CLARO DESTA PADRONIZAÇÃO!

Caro leitor, não quero ofender-vos, nem acho que Curitiba seja uma cidade ruim por isso. Creio que quem constroi a cidade é a população. E esta é o reflexo da mesma. Quero ressaltar que não só como aqui, mas em outras cidades, até mesmo a minha (Rio Claro) segue padrões que arrastam para uma imagem vazia de uma cidade fantasma onde as pessoas não a ocupam por medo, por repressão da guarda, ou por desconhecimento. QUEM NOMEOU E FEZ PROPRIEDADE OS ESPAÇOS PUBLICOS? DE QUEM SÃO ESTES ESPAÇOS? QUEM PAGA IMPOSTOS POR ESTE ESPAÇO PÚBLICO?

Acho que a resposta está dentro de você...E creio que deva estar se perguntando porque pesquiso essa "bobagem?"
Porque eu entendo que pagando impostos publicos tenho direitos e deveres e posso fazer o que quero e penso dentro das normas deste municipio.

Mais duvidas, me escrevam...

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